EPISÓDIO 44 – ETERNAMENTE U-RIDER! ETERNAMENTE HIBO
RIDER!
- Bruce, tem algo que eu preciso dizer...
- Charles, você precisa guardar seus forças.
- Bruce, saia daí! – Eternal gritou – Você é o único
que tem como tentar algum tipo de contato com a Hibohibo-sama. Tente falar com
ela imediatamente. Não sabemos por quanto tempo o Charles irá resistir.
- Espera! – Charles encontrou forças para gritar – Preciso
falar com o Bruce antes de qualquer coisa.
Houve um silêncio. Criou-se uma roda ao redor do
corpo caído de Charles. Todos queriam ouvir.
- Bruce, existe um livro que relata os massacres
gradativos que ocorriam contra os índios norte-americanos no começo do século
passado. Relata tratados rompidos e muita crueldade contra os assim chamados
“peles-vermelhas” e explica como eles foram praticamente extintos. Um trabalho
histórico impecável. O livro chama-se “Enterrem meu coração na curva do rio”,
uma óbvia referência ao amor dos índios por algum rio da região da qual foram
expulsos.
- Legal, Charles – Bruce disse – Mas, e daí?
- Pessoal, o Charles está dizendo coisas sem sentido
– May falou.
- Será que isso é sinal de que ele está melhor e
está voltando ao normal? – Jardel perguntou.
- Bruce, vá logo tentar contato com a Hibohibo-sama!
– Eternal gritou.
Charles
começou a cuspir mais e mais sangue. Naquele momento, o driver tinha desaparecido. Ele já tinha drenado todo aquele veneno
maldito.
***
- Ryoma foi... muito esperto – Charles começou a
dizer.
- O que? Como assim? – Diego perguntou.
- Charlie, melhor para de falar – Sniper disse –
Você não tem mais forças. Espere a Hibohibo-sama chegar, e ela vai te curar.
Até lá, fique quieto.
- O driver
que o Ryoma entregou para o Chaos tinha um poder infinito. Mas, ao menos tempo,
um veneno invencível. Sabem o que era aquilo? – Charles perguntou.
Silêncio absoluto.
- Aquele poder infinito vinha de toda a maldade do
universo. Uma maldade, um sentimento destrutivo tão intenso, que chegava a ser
invencível. Mas, ao mesmo tempo, algo que consome. Que envenena. Literalmente.
- Charles, você está dizendo que maldade é
invencível? – Mateus perguntou – Esse não é o Charles que nós conhecemos e
aprendemos a amar!
- O que fez o poder da maldade ficar invencível foi
o bom uso dado a ele. Usar um poder maligno para o bem. Um tema recorrente na
franquia Kamen Rider. Desde o começo, os Riders usaram o poder que vinha do
mal, e direcionavam aquele poder para o bem. Por isso eram invencíveis.
- Por que desistiu da vida, Charlie? – Sniper perguntou,
sério, semblante sisudo – Por que fez o que fez? Sei que estava preparado para
morrer desde o começo, mas Chaos também estava. E Chaos escolheu aquele
caminho. Você não tinha a obrigação de salvá-lo. Não ao custo de sua vida. Por
que desistiu da vida, Charlie?
E em vez de responder, Charles começou a chorar.
Lágrimas de sangue.
***
Knuckle, Leangle, Tiger, Ouja, Beast, V3, Black e
Tackle desferiram o golpe derradeiro contra Thoei.
O último dos Shin
Overlords tinha tombado. Mas havia vítimas a serem resgatadas.
O número de desabamentos tinha sido grande. Pessoas
parcialmente soterradas, gente ferida por explosões. Ruas danificadas não
permitiam a chegada de ambulâncias, cabendo aos próprios Kamen Riders a missão
de levar todos os feridos a hospitais. O perigo havia acabado, mas tinha
deixado cicatrizes. Cicatrizes que eles curariam.
E assim, os Kamen Riders cuidaram de minimizar os
danos da terrível batalha.
Pois os Hibo Riders tinham seus próprios problemas
para resolver.
***
Chaos chorava como uma criança. Bruce não, mas sua
dor era maior. Não sabiam onde estavam, mas Tóquio não era. Diante deles,
Hibohibo-sama.
A conversa (ou melhor, o pedido de ajuda) tinha sido
muito rápido, debaixo de lágrimas e desespero. A resposta também foi rápida.
- Por que, Hibihobo-sama? – Bruce perguntou, já
saindo daquela dimensão e voltando para onde estavam os Hibo Riders – Por quê?
Não houve resposta.
***
A vida de Charles se esvaía visivelmente. Mas ele
ainda tinha forças para falar.
- Existe um livro que relata os massacres gradativos
que ocorriam contra os índios norte-americanos no começo do século passado.
Relata tratados rompidos e muita crueldade contra os assim chamados “peles-vermelhas”
e explica como eles foram praticamente extintos. Um trabalho histórico
impecável. O livro chama-se “Enterrem meu coração na curva do rio”, uma óbvia
referência ao amor dos índios por algum rio da região da qual foram expulsos.
- Não é hora para brincadeiras, Charlie! – Sniper
ergueu a voz – Todos nós estamos sofrendo por você. Ao menos nos diga por quê.
- Eu não fui forte quando mais precisava... –
Charles disse, chorando.
- Eu não entendo... – Sniper também começou a
chorar.
- Eu entendo – e Jardel teve que esperar as lágrimas
caírem para só então – Vocês não entendem? Não conseguem entender os
sentimentos do Charles?
- E ele não consegue entender os nossos? – Sniper
devolveu.
- O Charles sonhou como nenhum de nós sonhou. Nossos
sonhos eram os mesmos. Mas enquanto nós sonhamos esses sonhos, ele RESPIROU
esse sonhos. Quando nós descobrimos que não tínhamos conhecido as Kamen Rider
GIRLS, todos nós sofremos, mas ninguém sofreu tanto quanto ele. Nós somos os
fãs, mas ele é o Fanboy. Ele que animava a galera, que executava as melhores
ideias. Embora o Bruce fosse o líder, era o Charles que nos motivava. Mesmo
falhando, era ele que seguia lutando. E agora ele não tem mais forças.
- Nós poderíamos continuar lutando juntos, Charlie –
Sniper baixou a cabeça e deixou as lágrimas caírem – Na verdade, ainda podemos.
Você só precisa não desistir.
- Cadê elas, Sniper? – Charles gritou, mostrando uma
força que ninguém pensou que ele ainda tivesse – Pelo que temos lutado nos
últimos anos? De que adiantou? Elas vieram para o Brasil? Vão vir um dia? Estão
se graduando uma a uma? Cadê elas, Sniper? De que adiantou toda a nossa luta?
- Charlie, não é bem assim...
- Estamos aqui, no Japão. Não há desculpas, desta
vez não estamos a um oceano de distância! Cadê elas? Lutamos e sangramos por
elas! Cadê elas, Sniper?
Charles chorou, e chorou sangue. Literalmente. E
então, também chorando, chegaram Bruce e Chaos.
***
- Bruce, existe um livro que relata os massacres
gradativos que ocorriam contra os índios norte-americanos no começo do século
passado. Relata tratados rompidos e muita crueldade contra os assim chamados
“peles-vermelhas” e explica como eles foram praticamente extintos. Um trabalho
histórico impecável. O livro chama-se “Enterrem meu coração na curva do rio”,
uma óbvia referência ao amor dos índios por algum rio da região da qual foram
expulsos.
- Charles, você já disse isso.
Todos olhavam para Bruce se perguntando sobre onde
estava Hibohibo-sama. O silêncio e as lágrimas dele eram a resposta. Ninguém
sabia por que, mas ela não viria.
- Charles, se o que te fez mal foi a tal maldade,
vamos reunir a bondade de todos os Hibo Riders e tentar te curar – Bruce disse
– Mas você precisa ficar quieto.
Petherson chegou perto de Bruce e perguntou no
ouvido dele se aquilo tinha alguma chance de funcionar. O choro cada vez maior
do amigo era a resposta.
- Pessoal, existe um livro...
- Chega, Charles! – Jardel disse!
- Eu tenho que fazer uma pergunta ao Bruce – cada
palavra o fazia cuspir sangue. Os olhos de Charles se fechavam – Eu preciso
perguntar isso ao Bruce.
- Pergunte, Charles! – Bruce falou.
- Bruce, no céu tem Kaori?
E morreu.
PREPAREM SEU EMOCIONAL PARA O EPISÓDIO FINAL:
Lembranças! Lágrimas! Sonhos! A vida é um ciclo em
que tudo isso se repete. O que resta nos corações após isso? Não percam:
EPISÓDIO 45 (FINAL) – ENTERREM MEU CORAÇÃO NA
PEDREIRA DA TOEI!