segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

S03E02 - O HERÓI QUE NÃO RESSUSCITARÁ

2蘇らない勇者
EPISÓDIO 02 – O HERÓI QUE NÃO RESSUSCITARÁ

Era uma caverna escura e suja, onde supostamente estaria o corpo de Charles – algo que não fazia sentido, porque ele não tinha sido enterrado ali. Ou tinha? Ninguém lembrava mais.
Bruce, Jardel, Otávio e Gervásio entraram. Usaram as luzes dos celulares para iluminar o local. Foram avançando em silêncio. A zueira era importante, mas era de ressuscitar ou não o Charles que estavam falando. Não havia clima para piadas.
- O corpo dele não está aqui – Bruce disse.
- Se bem que o Hibohibo-kun não disse nada sobre o corpo dele. Disse só que encontraríamos aqui, talvez, a alma dele – Gervásio contra-argumentou.
- Mas também disse que talvez não a encontrássemos – Otávio complementou.
- O que faria muito sentido porque ninguém aqui tem a capacidade de enxergar almas – Bruce deu de ombros.
- Mas não tem nada aqui – Jardel parecia ser o mais triste – Nem corpo, nem alma. Se o Hibohibo-kun falou sobre a possibilidade de encontrar a alma do Charles aqui, com certeza é porque devia haver um jeito de nós vermos ela.
Ficaram em silêncio. A caverna era realmente estreita. Não havia mais onde procurar, nem por que continuar lá.
Eram os quatro que tinham belts. Tinham poderes. Tomaram a decisão de se regulamentar com Hibohibo-sama, e isso talvez custasse a amizade de valorosos companheiros. E como se não bastasse isso, outra ameaça.
No entanto, ao saírem da caverna, encontraram aliados inesperados. May, Nudes, Eternal e Molduras. Aqueles que não foram contra, nem a favor. Aqueles que, naquele momento, pareciam mais preocupados com a situação de Charles.
- Nada? – Molduras perguntou.
- Bem... – Eternal interrompeu, já que entendeu que cara triste de todos significava um “não” – Até o reencontro com o Hibohibo-kun, temos mais quatro dias. Vamos voltar para o hotel.
O hotel. Bruce lembrou. Ficava em Ikebukuro, mesma região de Tóquio onde Charles ficou quando foi ao Japão. Tristeza batia forte.
- Quando reencontrarmos Hibohibo-kun, perguntamos a ele se não há outro modo – May disse.
Voltaram para o hotel. Era o momento de dormir. Ninguém entendia japonês o suficiente para saber que os telejornais informavam algo errado com o Sol. Algum tipo de movimentação anormal nas proximidades do astro-rei.
Molduras foi o único que ficou sabendo daquilo através de um site canadense.
- Foda-se – ele pensou – Se ficarmos sem sol, o pior que pode acontecer é chover todo o dia.

***

- Tomamos realmente a decisão certa?
- Se está com dúvidas, Natan, você sempre tem a opção de voltar atrás – Sniper respondeu – Já discutimos isso. Cada um aqui pode tomar suas decisões por si próprio. Cada um aqui pode lutar como quiser.
- Acho que a questão nem é como lutar – Clayton respirou bem fundo. Estavam hospedados em Shibuya, mas nem tinham motivação para ir conhecer o local. Talvez porque tinham perdido a chave do quarto do hotel e estavam trancados lá dentro – Estamos tristes por causa do Charles, estamos sendo pressionados a fazer algo que nem sabemos se queremos. Estamos brigando com amigos importantes por causa disso. E nem sabemos direito o que está acontecendo.
Estavam reunidos ali Clayton, Natan, Sniper, Tejada e Diego.
- A vovó costumava dizer que amigos são como adversários no programa do Passa ou Repassa: mesmo que você jogue uma torta na cara deles, não quer dizer que precisem brigar – Tejada se manifestou – Além disso, eles assinaram o contrato aqui no Japão, onde não existe CLT. Juridicamente, eles não têm embasamento legal para reivindicar direitos trabalhistas.
- Então, a promessa do Hibohibo-kun de décimo terceiro é uma grande mentira? – Diego perguntou.
- Sim, por quê?
- Porque o Gervásio prometeu me emprestar uma grana, mas então fodeu.
Tejada meteu um pé na porta trancada e a abriu.
- Preciso sair – explicou – Há uma informação muito importante nesta história toda que nós precisamos logo descobrir. Não dá para esperar mais.
- Que informação é essa? – Sniper perguntou.
- A senha do wi-fi do hotel.

***

O tempo passou rápido. Restavam apenas dois dias para o reencontro com Hibohibo-kun. Todos estavam ansiosos e agitados, não apenas pela responsabilidade de enfrentar mais uma ameaça, mas também porque não tinham mais dinheiro para pagar a hospedagem no hotel e foram convidados a se retirar aos berros.
Foram passear em um shopping próximo à estação de Ikebukuro. Jardel começou a chorar.
- É por causa do Charles? – Otávio perguntou.
- Não. É porque as Kamen Rider GIRLS fizeram uma apresentação neste shopping aqui em 2.013. E agora que estamos aqui, elas não estão.
- O que vamos fazer se o Hibohibo-kun nos obrigar a enfrentar os outros? – Otávio perguntou.
- Torcemos para o Hibohibo-kun obrigar os outros a não reagirem e apanharem em silêncio – Jardel sugeriu.
- Eu só queria saber qual é essa tal ameaça – Gervásio disse.
- Não é como se estivéssemos indefesos – Bruce respirou fundo – Temos belts, poderes, e por mais bizarro que pareça, já temos certa experiência em combater ameaças estranhas que nem sabemos de onde vem.
- E o que acontece depois que vencermos essa ameaça? – Jardel perguntou – Continuaremos com os belts? Continuaremos sendo pagos e sendo controlados?
- Provavelmente – todos os outros responderam ao mesmo tempo.
- E o legal é que podemos pedir ao Hibohibo-kun para deixar a gente aqui no Japão por mais tempo, alegando que se comprar a passagem para daqui a seis meses fica mais barato – Otávio sugeriu.
- Os defensores da liberdade têm um discurso muito bonito. Mas só a escravidão opressora da Hibohibo-sama permite que você fique no Japão mesmo ser ter visto de turista – Jardel sorriu.
- Algum de vocês chegou a testar os belts? – Gervásio perguntou - Sabem como fazê-los funcionar?
- Só precisamos colocá-los na cintura e dizer alguma frase impressionante, tipo “Henshin”, “Raio solar” ou então “Vudu é pra jacu”. E nos transformamos – Jardel explicou.
Enjoaram do shopping e pensaram em voltar para o hotel, mas então lembraram que não eram mais bem-vindos lá. Por sorte (ou não), começou a chover torrencialmente. Esconderam-se dentro da estação de trem.
De repente, uma surpresa.
Hibohibo-kun apareceu diante deles.

***

- A vida é muito curta para esperarmos dois dias para resolvermos algo tão urgente – o irmão da deusa disse.
- Por que está antecipando as coisas? – Bruce perguntou.
- Eu pedi seis dias de prazo porque achei que esse era o tempo que eu levaria para zerar Pokemon Moon. Mas acabei zerando hoje cedo. Então podemos resolver tudo de uma vez.
Hibohibo-kun pagou as passagens de trem deles, e foram até a pedreira da Toei, onde aparentemente todos os outros estariam esperando. Após mais de uma hora fazendo baldeações, fizeram um longo trecho a pé, debaixo de chuva. Chegaram encharcados até a lendária pedreira.
- Vocês não podem mais ressuscitar o Charles – Hibohibo-kun disse – Sei que perguntariam isso, então aviso já. Assim, vocês se concentram em sua missão. Até porque, agora vocês assinarão os contratos de trabalho, e terão coisas para fazer.
- Não podíamos esperar a chuva passar? – Gervásio perguntou.
- Debaixo de chuva intensa é mais emocionante, haja vista o último episódio de Gaoranger.
Estavam todos ali. Aqueles que eram a favor da regulamentação dos Hibo Riders. Os que eram contra. Os que eram neutros. Funcionários do Ministério do Trabalho. E a própria Hibohibo-sama.
- Vamos começar! – a deusa disse.

PREPAREM SEU ÓDIO PARA O PRÓXIMO EPISÓDIO:

Alguns Hibo Riders são contra a regulamentação, e a porrada come solta. Mas alguns deles conseguem se transformar, e outros não. Como faz? Não fica meio desigual? Não percam:


EPISÓDIO 3 – MÃOS QUE FAZEM MEMES!

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